sexta-feira, 27 de junho de 2014

Bachianas poéticas BWV 151-159



 
BWV 151 [3]
Süßer Trost, mein Jesus kömmt


Ah! Doce consolo: Jesus vem!
E toda triste não impera.
Mas... Ele aparece como alguém
Outro do que o povo tanto espera:
É Jesus que vem para outra Era!
Mas Seus sofrimentos são iguais
E Ele entrega a vida pelos homens;
Em Seu corpo as chagas são tais quais,
Para que por outro não o tomem.


São Paulo, uma tarde de chuva gostosa, 
03 de abril de 2011





BWV 152 [3]
Tritt auf die Glaubensbahn


Trilhai o caminho certo: a Fé;
Nutri a certeza do Senhor!
Pois o mundo passa e já não é,
Enquanto p’ra sempre é o Seu amor.
Não troqueis a vil preço esta vida
Cheia de virtudes por má fé.
Na terra o caminho é só de ida,
O pecado só leva p’ra ré...
Oh! Temei, temei vossa caída!


São Paulo, uma tarde de chuva gostosa, 
03 de abril de 2011





BWV 153 [8]
Schau, lieber Gott, wie meine Feind


Contempla, Senhor, meu inimigo,
Como ele se atiça contra mim!
Sei que é um vil ancião, no mal, antigo,
Dono de maldades mil, sem fim!
Tem misericórdia, ó Deus, de mim!
Reconheço a face do inimigo,
Tantas vezes já o vi no espelho!
Embora ele não seja vermelho,
Sei que  representa gran perigo.


São Paulo, 03 de abril de 2011

 



BWV 154 [36]
Mein liebster Jesus ist verloren


Meu Jesus amado – oh! – sumiu.
E junto se foi minha alegria.
O mundo ficou triste e sombrio:
Sucessão de noites, sem mais dia...
Disseram que O viram! Quem o viu?
Como pode? Vi-O na cruz... na cruz!
Vi a dor que o ódio mau produz...
Mas... dizei-me: quem O viu? Quem viu?
Não! Não! É a ilusão que a dor induz...


São Paulo, 13 de abril de 2011. 
Toca a Sétima de Mahler

 



BWV 155 [25]
Mein Gott, wie lang, ach lange?


Deus, por quanto tempo, quanto tempo
Eu me perderei nas sombras densas
Desta vida que é vil contratempo?
Oh! Perdoar-me-ás minhas ofensas?
Se nos vem no mundo um doce cálice,
Mil outros amargos seguirão!
E quando a miséria está no ápice,
Coloco meus joelhos junto ao chão...
Quero ir, mas dizes não, não, não!


São Paulo, 13 de abril de 2011. 
Toca a Sétima de Mahler

 



BWV 156 [6]
Ich steh mit einem Fuß im Grabe


Já estou com um pé na sepultura
E sob minha face á uma caveira...
Desventura! Vida, és desventura:
Tudo o que foi belo agora é poeira...
Onde a garantia de alegria?
A vida nos cobra com usura!
Se um sorriso vinha, já se ia...
Para o mal da vida não há cura!
Só a sepultura triste e fria.


São Paulo, 13 de abril de 2011. 
Toca a Sétima de Mahler

 



BWV 157 [36]
Ich laße dich nicht, du segnest mich denn


Pára! Eu não deixo que Te vás!
Ó, vem! Abençoa-me primeiro!
Pois, se me deixares para trás
O diabo me alcançará ligeiro!
Em meu peito há sombras torpes, más,
Sombras que somente Tu dissipas:
Ah! Se tão somente Te antecipas
Ao convite mau que o diabo faz,
Se na minha luta participas...


São Paulo, 13 de abril de 2011. 
Toca a Sétima de Mahler

 



BWV 158 [29]
Der Friede sei mit dir


Possa a paz estar sempre contigo!
Que desfrutes, deste mundo, o bem!
Pois a vida mesma é seu castigo
E a todos impõe o mal que tem!
Não, a paz não vem das alegrias,
Todas passageiras, fugidias.
A paz vem do amor e do temor
Àquele, de todos o Senhor!
Ele ressuscita as almas frias.


São Paulo, 13 de abril de 2011. 
Toca a Sétima de Mahler

 



BWV 159 [36]
Sehet, wir gehn hinauf gen Jerusalem


Vede, vamos todos à cidade
Santa e sem igual: Jerusalém!
Não, não à de pedra e tanta idade,
Mas à outra, plena de mais bem.
Em Jerusalém há a Verdade
Que aqui neste mundo não impera.
A fé em seus muros é sincera:
É a Jerusalém da eternidade –
Não frustrará quem nela espera.


São Paulo, 13 de abril de 2011. 
Toca a Segunda de Mahler
 

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