BWV 201 [27]
Geschwinde
ihr wirbelnden Winde
Apressai-vos, ventos da desordem!
Soprai violentos pelas plagas!
As águias atacam, os cães mordem
E de sete lados vêm as chagas.
Findou-se a paciência desta Terra:
Já fulmina o homem e não erra...
Onde achar dois homens que concordem?
Só o que se vê é morte e guerra!
Senhor! Dá-nos Lei! E dá-nos ordem!
São Paulo, 30 de julho de 2011.
BWV 202 [37]
Weichet
nur, betrübte Schatten
Retirai-vos, ó sombras tristonhas!
Já está em pleno breu meu coração!
Não preciso mais das tão medonhas
Culpas... Não as quero mais não, não.
São longas as sombras de meus errros
E bem mais mortais que mil peçonhas:
Já me sepultaram mil enterros!
A graça divina, entretanto,
Apaga o pecado e cessa o pranto.
São Paulo, 02 de agosto de 2011
BWV 203 [14]
Amore
Traditore
Ah! grande traidor é este amor!
O céu prometeu, mas me deu nada!
No início, não era de supor
Que a alma seria destroçada.
Ah! o amor se adorna bem festivo:
Está pronto para dez mil danças!
Ah! Como acalenta as esperanças!
Ai! Mas ele oculta um mal furtivo:
Ah! É co’este mal que ora eu convivo...
São Paulo, 04 de agosto de 2011
BWV 203 [14]
Ich
bin in mir vergnügt
Ah! Sinto alegria dentro em mim!
Mal posso conter meu entusiasmo!
O júbilo vem assim, assim,
Tal qual um soluço... Como espasmo.
Mas, ai! Como temo esta alegria
Que se esgota em si, como um orgasmo!
É bem certo que eu preferiria
A tristeza calma e carmesim
A este entusiasmo-ventania.
São Paulo, 04 de agosto de 2011
BWV 203 [14]
Zerreisset,
zersprenget, zertrümmert die Gruft
Rompei, demoli, aniquilai
A cova onde nossos corpos jazem.
Foi-se esta morada! Oh! Cantai!
E eles, outra nova, nos céus, fazem.
Júbilo! As tumbas estão vazias!
E as almas comungam com seu Deus!
Ah! Lembra a tristeza que sentias?
Sumiu! Assim como os ossos teus!
Ah! Serás feliz por cem mil dias!
São Paulo, 04 de agosto de 2011
BWV 205a [21]
Blast
Lärmen, iht Feinde
Ah! Fazei
ruídos, inimigos,
E quereis,
assim, me apavorar?
Eu conheço os
truques bem antigos
Nos quais
quereis todos me enredar...
Não! Não temo
mais os vis assaltos
Minh’alma é bem
leve, é como o ar.
Não mais me
atordoam sobressaltos,
Pó onde vou já
não há perigos:
Pois o Senhor
guia até os incautos.
São Paulo, 07 de setembro de 2011
BWV 207a [28]
Auf,
schmetternde Töne
Oh! Soai,
acordes retumbantes!
Das trombetas
mil do bom Juízo!
E desapareça o
que era antes,
Pos que morra o
velho é mui preciso.
Cantai, ó
anjos, cantai, sublimes;
Apagai, como
vosso canto, os crimes
De uma
humanidade pecadora;
Ah, que se por
Deus e vós não fora,
Da Lei não
veria os são regimes.
São Paulo, 01 de outubro de 2011
BWV 207 [27]
Vereignite
Zwietracht der wechselnden Saiten
Conclamai assim
os três augustos
Ouvintes que
estão a aguardar
Do céu o
chamado ao bons e justos;
Ouvi! Eis os
anjos a clamar!
Ah! Mas quem
escuta este chamado?
Ah! Todos são
surdos no pecado!
Surdos, sim, e
cegos, com mil sustos
Cada qual com
um capeta ao lado!
Ah! Que triste
é o fado dos injustos!
São Paulo, 01 de outubro de 2011
BWV 207a [28]
Auf,
schmetternde Töne
Oh! Soai,
acordes retumbantes!
Das trombetas
mil do bom Juízo!
E desapareça o
que era antes,
Pos que morra o
velho é mui preciso.
Cantai, ó
anjos, cantai, sublimes;
Apagai, como
vosso canto, os crimes
De uma
humanidade pecadora;
Ah, que se por
Deus e vós não fora,
Da Lei não
veria os são regimes.
São Paulo, 01 de outubro de 2011
BWV 208 [21]
Was
mir betragt, ist nur die muntre Jagd
Somente a
caçada é que me alegra,
Das tantas
palavras que se ocultam:
– “Caberá
est’outra em minha regra?”
– “Vou atrás
daquelas, que me evitam!”
Na selva da
língua eu me embrenho
E as
palavras-feras lá se vão...
Fogem de mi’a
mira e meu empenho...
Mas o esforço
não se desintegra:
Já diviso u’a
lá, atrás de um lenho!
São Paulo, 03 de outubro de 2011
BWV 209 [18]
No
sa che sia dolore
Ah! Não sabe o
que é dor verdadeira
Quem jamais
amou, jamais bem-quis...
Este é
tão-somente um infeliz
Embora sua dor
seja ligeira.
A dor séria, a
dor mor, derradeira,
Ah, esta
somente a sabe o amor!
Ele chora a
perda, o desencanto,
E, pela
traição, derrama o pranto.
Não! Quem nunca amou não sabe a dor!
São Paulo, 03 de outubro de 2011
BWV 210 [7]
O
holder Tag, erwünschte Zeit
Ó tempo esperado, ó dia belo!
Como se não viu jamais outrora!
Vibra tudo o que é bom e singelo
E as sombras do mal já vão embora.
Mas, então, por que da dor o açoite,
Ai! que dia-a-dia nos persegue?
Certamente não falado foi-te
A razão da dor que ainda nos segue:
O dia começa bem na noite!
São Paulo, 03 de outubro de 2011
BWV 210a [16]
O
angenehme Melodei
Ó doce e sublime melodia
De ocultos canários, misteriosos!
Seu canto ilumina tanto o dia
Quanto a luz do sol. E a fantasia
De que os seus gorjeios poderosos
Iluminarão também o breu
Da noite que já rouba esta luz,
É esperança que me já seduz;
Pobre sonho! Pobre sonho meu!
São Paulo, 03 de outubro de 2011
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