segunda-feira, 23 de junho de 2014

Bachianas poéticas BWV 121-130


 

BWV 121 [2]
Christum wir sollen loben schon


A Cristo deveríamos louvar
Agora, sem nada mais fazer,
Só louvar, louvar, louvar, louvar!
Até o nosso peito enternecer,
Até não mais termos que morrer:
Morrer a vil morte da distância,
A morte soturna da arrogância...
Ah! Louvemos sempre nosso Deus,
Pois Ele abençoa os filhos Seus.


São Paulo, 06 de fevereiro de 2011
 



BWV 122 [3]
Das neugeborne Kindelein


A recém-nascida criancinha
Já é rei de tudo, tudo o que há.
Exalta o Senhor, ó alma minha,
Pois este menino nos guiará!
Sua glória reluz cá e acolá!
Sua glória reluz na meninice
E eclipsa o saber de todos mais.
N’Ele não há não a criancice,
Mas as refulgências imortais.


São Paulo, 06 de fevereiro de 2011
 



BWV 123 [35]
Liebster Immanuel, Herzog der Frommen


Amado Emanuel, Senhor dos fieis!
Não nos deixes sós, sem Teu amparo.
Que sigamos c’os santos corcéis
Que elevam as almas ao céu claro!
Nas campinas alvas, celestiais,
Esqueçam fados duros, cruéis;
Sejam cingidos com laureis,
Que com ramos d’ouro Vós trançais.


São Paulo, 08 de fevereiro de 2011
 



BWV 124 [31]
Meinen Jesum laß ich nicht


“Meus Jesus eu não deixarei mais”
Disse a alma para céus e terra.
Se, entretanto, bem o ponderais,
Sabeis que a perdida alma erra
Mesmo quando pensa não errar!
E a virtude toda sempre encerra
Semente do mal a vicejar.
Mas mesmo ao fracasso assim fadada,
Sempre busca o tudo onde há só nada.


São Paulo, almoço, restaurante Violeta,
12 de fevereiro de 2011
 



BWV 125 [32]
Mit Fried und Freud ich fahr dahin


Em paz e alegria parto agora,
Sem nem lamentar minha partida.
Foram-se as tristezas d’hoje e outrora;
Na morte chegou luz à mi’a vida.
Vejo, no horizonte, santa Aurora:
Por certo é o Senhor a refulgir!
Adora ao Senhor, minh’alma, adora!
Vai! Beija-Lhe os pés! Deixa subir
Aos céus doce prece bem sonora!


São Paulo,  almoço restaurante Violeta,
12 de fevereiro de 2011
 



BWV 126 [33]
Erhalt uns, Herr, bei deinem Wort


Guarda-nos, Senhor, na Tua Palavra,
Pois não há abrigo fora dela.
Como o agricultor que reza e lavra,
Dá-nos Tua Fé, formosa e bela.
O que dizes fere o inferno, rompe
As cadeias todas da maldade;
O que falas mata o que corrompe.
Cada letra, Deus, por compaixão,
Faz com que nos guie ao Teu perdão.


São Paulo,  almoço restaurante Violeta,
12 de fevereiro de 2011
 



BWV 127 [34]
Herr Jesu Christ, wahr’ Mensch und Gott


Senhor Jesus Cristo, veramente
És homem e és Deus nele entronado.
A tua grandeza a alma sente:
Tu és o que és: o Deus sagrado;
O que ordena e atua livremente!
Senhor! somo fracos, oh!, tão fracos!
Mas o Teu poder jamais acaba!
Cuida! que a desgraça já desaba
Sobre a alma e já não restam cacos...


São Paulo, 12 de fevereiro de 2011
 



BWV 128 [35]
Auf Christi Himmel fahrt allein


Na ascensão de Cristo aos céus apenas
Deposito a minha confiança:
Sei que há de tirar as minhas penas;
Que da tempestade vem bonança.
Lá do alto Ele zela por nós todos,
Lá, por sobre as nuvens, Ele mora,
E abençoa todo ser que chora;
Ele denuncia o vil engodo
De não se buscar Deus com denodo.


São Paulo, 14 de fevereiro de 2011
 



BWV 129 [12]
Gelobet sei der Herr, mein Gott


Ó! louvado seja o Senhor, Deus!
Meu Deus e de todos o Senhor!
Ele ama e protege os filhos seus
E ninguém concebe o Seu amor.
Não! jamais a frágil mente humana
Pod’ra alcançar o Seu mistério.
Sua vontade é sempre soberana,
Sua glória e poder, o céu proclama
E o universo canta o Seu império.


São Paulo, 17 de fevereiro de 2011
 



BWV 130 [35]
Herr Gott, dich loben alle wir


Senhor Deus, nós todos Te louvamos
E ao Te louvar somos atraídos
Por Teu Paraíso, ao qual buscamos,
Nós, Teus servos tristes e caídos.
Nós louvamos Tua grande glória
Em ode grandiosa e infinita
Que ecoa no peito que acredita:
A ode que louva a Tua vitória,
Senhora do início e fim da História.


São Paulo - Sta Terezinha, 18 de fevereiro de 2011
 

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