segunda-feira, 23 de junho de 2014

Bachianas poéticas BWV 144-150


 
BWV 144 [8]
Nimm, was dein ist, und gehe hin


Vai, toma o que é teu e te retira,
Pois não quero mais tua companhia.
Em mim despertaste o amor e a ira,
Mas contigo a vida se perdia.
Vai! Vai! Vê se some! Eu sentia;
Todo o desespero eu antevira!
O amor incompleto não dá tréguas
E ainda que eu vá mais do que mil léguas,
Bem sei que vou só, mas sem mentira.


São Paulo, Jejum, 17 de março de 2011
 



BWV 145 [3]
Ich lebe, mein Herze, zu deinem Ergötzen


Para o teu deleite é, pois, que eu vivo,
Ó meu coração; p’ra isso existo.
Tens-me prisioneiro, teu cativo,
Pois de tudo mais eu já desisto;
Este encaminhar foi imprevisto:
Eu não esperava ser refém
De quem me devia obedecer!
Mas se o coração não nos vai bem,
Bem melhor que a vida é bem morrer.


São Paulo, Jejum, 19 de março de 2011
 



BWV 146 [8]
Wir müßen durch viel Trübsal


Através de muito sofrimento
Devemos passar ao Paraíso.
O Demo vigia, sempre atento,
Pronto a enredar, sem mais aviso.
Ah! Bem sei, bem sei do que preciso:
Ser firme no grande e mau tormento;
Manter em meu Deus a confiança,
Certo da chegada da bonança,
Quando eu me elevar ao firmamento.


São Paulo, Jejum, 19 de março de 2011
 



BWV 147 [26]
Herz und Mund und Tat und Leben


Coração e boca, atos, vida:
Tudo está nas mãos do meu Senhor!
O coração busca uma saída
Pra os mil revezes de mi’a dor.
A boca, silente, busca um ai...
Meus atos, tão tolos, se emaranham...
E minha pobre vida assim se vai
Enquanto nas tardes se distrai,
E os raios do sol poente a banham...


São Paulo, 25 de março de 2011
 



BWV 148 [36]
Bringet dem Herrn Ehre seines Namens


Trazei ao Senhor aquela glória
Devida ao Seu Nome, o Mais Glorioso.
Ele é o Deus de mando e de vitória;
O Deus, de Seus filhos, tão zeloso.
Ó vós que dormis na vil escória
Deste mundo vil e passageiro:
Vede o firmamento sobranceiro!
Oh! Abandonai esta vanglória;
Oh! Buscai nos céus o alvo certeiro!


São Paulo, 25 de março de 2011
 



BWV 149 [36]
Man singet mit Freuden vom Sieg


Canta-se o triunfo co’alegria:
Ergueu-se a vitória dos remidos!
Já nasce nos céus um novo dia,
Em terra os suspiros já são idos!
Dispersou-se a treva que oprimia,
Deus anunciou o Seu reinado
Ao Seu servo humilde e dedicado:
O povo pensava que mentia
Quando ele anunciava o fim marcado.


São Paulo, 27 de março de 2011
 



BWV 150 [6]
Nach dir, Herr, verlanget mich


É por Ti, Senhor, o meu anseio
E já nada mais do mundo quero!
Tua santa paz agora veio,
Por isso não mais me desespero.
A bênção do Teu perdão almejo”
Teu perdão dissipa o meu receio.
Se percebo que na fé fraquejo,
Tenho Teu perdão bom, sobranceiro,
E já em Teu céu a mim me vejo!


São Paulo, 27 de março de 2011
 

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