segunda-feira, 23 de junho de 2014

Bachianas poéticas BWV 131-140


 
BWV 131 [35]
Aus der Tiefen rufe ich, Herr, zu dir


Ah! Das profundezas eu Te chamo
Ó Senhor meu Deus, meu rei, meu mestre!
Tu a quem eu amo, amo, amo,
Eu que peno neste breu terrestre.
Por mais luz que brilhe neste mundo
Eu, de pouca luz, ainda reclamo;
E aos céus da Tua luz eu clamo, clamo!
Lberta-me deste poço fundo!
Deste poço triste, vil e imundo.


Sta Terezinha, 19 de fevereiro de 2011
 



BWV 132 [34]
Bereitet die Wege, bereitet die Bahn


Ajustai a via, a vereda
Que nos leva à Casa do Senhor:
A celestial, nobre alameda
Pela qual fugimos desta dor
Que é grito, que é ai, que é labareda...
A vereda reta, adornai,
Pois por ela irão as multidões
Que deixam atrás as privações
E esquecem, da vida, todo ai.


Sta Terezinha, 19 de fevereiro de 2011
 



BWV 133 [26]
Ich freue mich in dir


Eu me alegro em Ti, ó meu Senhor,
Como a grama ao ser mui bem regada.
Esqueço de todo vil temor
Que tinha minh’alma embaralhada.
Pensar no perdão me dá coragem,
Me acalma pensar no Teu amor...
Ah! E a boa chuva na estiagem,
E cada alvorada é uma mensagem
Que chega de Ti, meu criador.


Sta Terezinha, 19 de fevereiro de 2011
 



BWV 134 [23]
Ein Herz, das seinen Jesum lebend weiß


Ah, um coração que sabe certo
Que vive, glorioso, o seu Jesus,
Este é um coração que tem, na cruz,
Promessa de Deus ali bem perto.
O coração tem certezas mil
Que não passam pelo raciocínio.
Nossa alma é sempre juvenil:
Não, não está presa ao corpo vil,
E aguenta o seu triste e mau declínio.


Sta Terezinha, 19 de fevereiro de 2011
 



BWV 134a [26]
Die Zeit, die Tag un Jahre macht


O tempo que corre vai criando
Os dias e anos desta vida.
Ah, nós nos curvamos ao seu mando:
Seu convite é só para uma ida.
Ele é discretíssimo, silente,
Poderoso, embora sempre brando.
Ele não engana, ele não mente,
Mas impõe seu jugo docemente
E, assim, nos permite ir amando.


Sta Terezinha, 20 de fevereiro de 2011
 



BWV 135 [25]
Ach Herr, mich armen Sünder


Ah, Senhor, sou pobre pecador!
Ai! e já se curvam minhas costas!
Como pode o erro assim se impor,
Quer em falhas simples, quer compostas?
Não houvesse o erro, que seria
Desta liberdade que foi dada
Ao homem de errar? Não poderia
Ter valor ou honra entesourada
E seria sempre um pobre nada.


Sta Terezinha, 20 de fevereiro de 2011
 



BWV 136 [21]
Erforsche mich, Gott, und erfahre mein Herz


Ó Senhor, perscruta-me e conhece
Cá dentro de mim, meu coração.
As faltas que achares, Deus, esquece!
E ao bem que eu tiver, concede benção.
Senhor, investiga cá minha alma
E revela minha condição!
Faze-o com doçura e muita calma,
E com todo amor, toda benesse,
Pois p’ra mim meu imo é escuridão.


Sta Terezinha, 20 de fevereiro de 2011
 



BWV 137 [6]
Lobe den Herren, den mächtigen König der Ehren


Louvai o Senhor, o forte rei
De honra, de glória e majestade.
Não O alcanço, isso eu sei que sei,
Mas suplico toda a Sua bondade.
Eu louvo o Invisível, o Infinito,
Porém não compreendo Sua grandeza.
Creio no que foi escrito e dito,
E abraço com fé e com certeza
Todo bom conselho a mim prescrito.


Sta Terezinha, 20 de fevereiro de 2011
 



BWV 138 [3]
Warum betrübst du dich, mein Herz?


Por que te perturbas, coração?
Por que tanta angústia acumulada?
Te apoia nas regras da razão
E entende que a dor que vai calada
É a que faz a chaga alargada.
Entrega teu peso ao teu Senhor,
Que alivia a pena do Seu servo.
Sua mão alivia toda a dor,
É d’Ele a bondade que eu observo.


Porto Alegre, Cine Guion, 23 de fevereiro de 2011
 



BWV 139 [3]
Wohl dem, der sich auf seinen Gott


Ah! feliz é o homem que ao seu Deus
Entregou as rédeas de sua vida!
Que não mais dirige os passos seus
Nesta vã jornada, só de ida:
Este tem a trégua merecida.
Pois ninguém conduz melhor que o Pai!
É na sutileza do descaso
Que Ele mais nos cuida, reparai!
Oh! não o julgueis com siso raso...


Porto Alegre - Gramado, 26 de fevereiro de 2011
 


 
BWV 140 [23]
Wachtet auf, ruft uns die Stimme


Despertai! As vozes já nos chamam,
Vozes de incontáveis santos anjos!
Estre a terra e o céu eles proclamam
O fim da balbúrdia e desarranjos.
O mundo voltou a ser regido
Por quem é seu único Senhor.
O Reino é de Deus, sou constrangido
A reconhecer que el Megido
É apenas sinal do Seu amor.


São Paulo, Jejum, 17 de março de 2011
 

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