Só. Assim me sinto. Só.
Só. Assim me sinto. Só.
O mundo parece um sonho
De enredo vil e tristonho
De dar pena, de dar dó.
Ah! o que é real me escapa;
O concreto se esfarrapa...
O mundo é um circo bisonho!
... e em minha garganta, um
São Paulo, 18/4/11
Sê firme, coração, na refrega!
Sê firme, coração, na refrega!
Outros tantos sofreram igual.
O sofrimento é como um portal
Que um prêmio celestial nos entrega.
A dor esculpe todas as almas
Ela as faz mais tranqüilas, mas calmas.
Porém... que violento o temporal!
Mas sossega, min’alma, sossega...
São Paulo, 18/4/11
Tira de mim o amor, ó Vida!
Tira de mim o amor, ó Vida!
Faz-me insensível! Faz-me duro!
Seja meu peito bem obscuro,
Não tenha eu, no amor, recaída!
Mas... ai! Que digo eu? que digo?
Viver sem amor não consigo!
Dá-me, ó céu, um amor bem puro,
Que ressuscite a alma dorida.
São Paulo, 18/4/11
Estou com pena de mim
Estou com pena de mim
E sei que isso não é bom...
Afinal, não é o fim...
Preciso mudar de tom.
A vida convida à dança!
Avança, meu peito, avança!
Recebe da vida o dom,
Larga tua dor e a lembrança.
São Paulo, 18/4/11
Cicatrizes, cicatrizes
Cicatrizes, cicatrizes,
Se acumulam no meu peito.
Vários tamanhos, matizes,
Toda origem, todo jeito.
Há cicatriz bem distante,
No tempo quase esquecida,
E aquela que neste instante
Tira a cor de minha vida.
Meu peito parece o corpo
De um velho gladiador.
Estanca-se a dor do corpo;
Mas a‘lma morre de amor.
Virá o tempo, com certeza,
Quando isso será passado.
Espero ter a nobreza
De aceitar, sereno, o fado.
Mi’as cicatrizes perduram,
Mas, certo, todas se curam...
Só ficará a certeza
De eu ter amado errado.
São Paulo, 18/4/11
Para, meu coração, para
Para, meu coração, para!
Segues batendo por quê?
Não sei por que o dia aclara
E por que vivo, por quê?
Minh’alma parece palha
Onde queimou bruto incêndio.
Na vida, nada que valha,
De tristezas, um compêndio.
Para, meu coração! Para!
Estanca no peito meu!
Pois o amor que vicejara
Tampouco vive... morreu.
Ando tonto pelas ruas
E quem passa nem percebo:
As faces todas são tuas
Que na loucura concebo.
Para! Meu coração! Para!
Não me deixes mais viver!
A dor o meu peito vara,
Permite-me perecer!
Mas não... meu coração bate,
Não há desdita que o mate,
Devo ter o que aprender...
São Paulo, 18/4/11
Quantos versos de amor já feitos
Quantos versos de amor já feitos,
Celebrando a gentil ventura!
Alguns pobres, outros bem-feitos;
Todos de natureza pura.
Mas quantos perdem seu sentido
E quantos perdem seu valor,
Se a ventura do tempo ido
Oh! perde todo o seu sabor.
“Vão-se os anéis, ficam os dedos!”,
Não é consolo para nada:
Ah! fico eu só, com muitos medos,
E minh’alma muda... calada.
Queimem-se os poemas de amor!
Assim vos convoco na dor!
Mas o mundo é feito de enredos,
E entre eles a dor tem morada.
São Paulo 18/4/11
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