sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Poemas depois da despedida – tomo V

Onde estava co’ a cabeça


Onde estava co’ a cabeça
Ai! Quando decidi amar?
Mas que sensato pareça,
Amar é quase pecar!
Prefere-se um a muitos,
Perdem-se todos intuitos,
Só se quer amar, amar!

Mas... eu falo por despeito!
Sei que estou bem machucado!
Meu amor não foi direito...
Doeu! Doeu bom bocado!
Por isso fico poetando...
Mas vejo, de quando em quando:
Não o queria acabado!

Oh! Quem fala mal do amor,
Quem filosofa e o nega,
Nunca soube o que é o amor,
Por isso fácil o nega!
Sim! O amor tem sobressaltos!
São doridos seus assaltos,
Mas sem ele a alma é cega!

Mas como pode ser bom
Aquilo que tira a paz?
Como suportar o som
De uma pessoa loquaz?
O amor não cala jamais!
Só quer mais e mais e mais!
É cobrador contumaz...


Como ser mau o que alegra?
Ah! O amor traz tanto riso!
Só impõe p’ra si uma regra:
É ser feliz que eu preciso!
O amor embeleza a vida;
Consola a alma sofrida;
O amor ao néscio dá siso...

E então... é bom ou não é
O amor em sua plenitude?
É inconstante qual maré;
Ora aclara, ora ilude...
Mas, sim! Existe um só jeito
De o amor andar direito:
Deve casar co’ a virtude.


São Paulo, 17/4/11

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