quarta-feira, 1 de novembro de 2017

2. Erbarme dich, mein Gott




Luis Henrique Beust







Dies Domini
D i a    d o   S e n h o r

Dies Amoris
D i a   d e   A m o r 

  Poesias
Celebração do Bicentenário
do Nascimento 
de Bahá’u’lláh 
(1817–2017)
e do Báb
(1819–2019)
















Capítulo 2

 Erbarme dich,
mein Gott
P e r d o a - m e,   ó   m e u   D e u s





Para minha avó Liselotte von Bock Schertel Machemer, 
in memoriam



















Ah! um homem é um homem







Ah! um homem é um homem
Mais as suas circunstâncias.[1]
E por mais ímpio que o tomem
Em suas mil inconstâncias,
Eis que ele ainda é um homem
E suas mil circunstâncias.


São Paulo, 20 de abril de 2011


[1] O conceito é do filósofo espanhol José Ortega y Gasset (1883-1955).














Ai de quem contabiliza







  
Ai de quem contabiliza
Seus acertos e virtudes.
É o pecado que humaniza
E revela excelsitudes:
A prece do publicano,
Com certeza e sem engano,
Foi dos céus às altitudes.[1]

Tudo o que é bom vem de Deus,
Tudo o que é mau vem só de nós.[2]
Teus talentos não são teus,[3]
Vossos dons não vêm de vós.
Deus nos empresta o acerto
Que faz parte do concerto
Que guia a existência atroz.

Ah, fosse eu bom, por acaso,
Não sabia que era bom;
Se fosse assim o meu caso,
Eu teria um grande dom:
Pois tendo a bondade vera,
E não sabendo que o era,
Então seria mais bom...


Barueri, HP, 19 de setembro de 2016


[1] Cf. Lucas 18:9-14.
[1] Cf. Bahá'u'lláh. Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh, LXXVII (77).


[2] Cf. Mateus 25:14-30.















Caminhei na praia fria








Caminhei na praia fria;
Fui, voltei. Os pés descalços.
Sabia que sofreria,
Mas não sabia os percalços...
A orla firme (tão reta!),
E o coração pôs-se a meta
De não seguir rumos falsos.
 
Mas... de boas intenções,
Diz-se que o inferno está cheio.
Embarquei em emoções
E parei, do inferno, em meio.
Mas que bênção insuspeita:
A alma emerge, refeita,
Com bem mais bem em seu seio!

Se há arrependimento,
Sempre haverá redenção!
Na praia, me sopra o vento:
— É puro o teu coração!
E a areia que agora piso
Diz-me: — Recebeste o siso!
E, junto, o doce perdão.


Campinas, 01 de janeiro de 2016














 
Deste-me tanto pecar








Deste-me tanto pecar,
Deste-me tanto infringir,
Para então tanto Te amar
Sem medo de mais cair.
Ah! Os milagres que operas!
As almas, sendo sinceras,
Caindo, têm de subir.

Como a infeliz que lavou
Os pés de nosso Senhor[1]
Com lágrimas, muito amou,
Renascida em sua dor,
Assim renasço na minha,
E desvisto a dor que eu tinha,
E renasço em Teu amor.


Como ela secou Seus pés
Com abundantes cabelos
(Valiam mais que mil fés!),
Por tantos pecados tê-los,
Eu choro em Tuas sandálias
Por minhas faltas e falhas...
Ó! Atende os meus apelos!


Campinas, 15 de abril de 2017


[1] Vide Lucas 7:36-50.














O bem-te-vi bem te viu








O bem-te-vi bem te viu
E te convidou à dança!
Na manhã de quase frio
Propôs-te, no ar, a esperança.
Bem-te-vi desperta cedo
E, escondido no arvoredo,
Desfaz sede de vingança.

É ventríloquo de Deus
Que afirma: “Ó! Bem te vejo!”
O Pai cuida os filhos Seus:
Que não transborde o desejo.
Há sinais no céu, na terra,
Para quem tropeça e erra:
Bem-te-vi e seu solfejo.

O bem-te-vi bem te viu!
Não estavas invisível!
Jamais alguém conseguiu
Escapar do olhar temível;
Deus tudo vê, tudo sabe,
Antes que o pecado acabe
Já o perdão é disponível.


Barueri, HP, 06 de março de 2017












Sou um pobre pecador








Sou um pobre pecador
Tu me fazes aceitável.
Se por Tua graça não for,
Que será aproveitável
Das coisas que disse e fiz,
Ai! De minh’alma infeliz,
O bem é pouco provável...

Tudo o que é bom vem de Ti;
O que é mau vem de mim mesmo.
Eu tanto no mundo vi,
Mas ainda ando a esmo.
Quem achou o Teu caminho?
Quem bebeu Teu sacro vinho?
Quem achou-se a si mesmo?

Mais perto estás Tu de mim
Do que mi’a veia vital.
Estás perto e, mesmo assim,
Meu ser se inclina p’ro mal.
Luz e sombra em mim habitam;
Deus e o Demônio Se agitam...
Ó Deus! cura-me de mim!


Barueri, HP, 19 de abril de 2017














Obrigado, ó meu Senhor








Obrigado, ó meu Senhor
Por pecados suficientes
Para que, em medo e temor,
Co’ esperanças reticentes,
Eu me dirija à Tua Face,
Aguardando o desenlace
Das minhas dores pungentes.

Se eu não tivesse pecado,
Não veria o Teu perdão.
(Não estando atribulado,
(Buscaria a paz, então?)
Só o baixo conhece o alto,
Só a alma em sobressalto
Estende a Ti sua mão...

O seco procura a chuva,
O escuro procura o sol;
Como a mão procura a luva,
E o peixe procura o anzol...
No mar bravio da paixão,
Busco segurar Tua mão:
Teu perdão é meu farol.


Barueri, HP, 13 de setembro de 2017












Acordei para escutar








Acordei para escutar
A chuva boa que veio.
O horizonte a trovejar:
A molhadura, entremeio.
No longínquo tudo é baço,
(Chega-te mais… dá-me o braço,
(Vê o temporal sem receio.)

Tudo se limpa na chuva,
Até o erro original:
Se foi maçã, pera ou uva
Que Eva comeu, afinal,
Do que importa o que era mesmo
Se o pecado corre a esmo
Sem ser único ou final?

As chuvas que já choveram,
Desde o antigo Paraíso,
Sobre quantos se perderam
Por falta de fé ou siso,
Já lavaram todo o mal
Sem que um mal adicional
Seja querido ou preciso.


Barueri, HP, 06 de março de 2017












Que bela chuva! Não para!








Que bela chuva! Não para!
Ficou todo o dia assim.
Vê que tão grande, repara!
Ah! se chorasse por mim...
A chuva me lava todo,
Co’ esfregão, sabão e rodo;
Fico cheirando a jasmim.

Vem chuva, vento, trovão!
Fazei viva a Natureza!
Limpai alma, céu e chão,
Com vosso dom de pureza.
Quiçá venha a faltar luz
(Os homens se volvem nus,
(Sem segurança ou certeza).

Ai, chuva diluvial,
Afoga tudo o que eu era!
Não sobre sombra ou sinal
Do que meu Deus não tolera.
Que eu renasça, então, na arca
Que a criação toda abarca:
Venha eu ser como eu quisera!


Barueri, HP, 09 de março de 2016











Somos todos pecadores








Somos todos pecadores,
Mas amas os pecadores.
Não fôssemos nós, aqui,
Serias Tu só... ali...
Mas não quiseste estar só;
Por compaixão e por dó
Quiseste ter criaturas,
E das matérias mais duras
Fizeste os anjos do céu;
Criaste a abelha e o mel,
E as doçuras deste mundo;
E não passa um só segundo
Sem nos vir o Teu amparo.
De todos os bens, o mais caro
É possuir Teu amor:
Consolo de toda dor,
Caminho de toda bênção.
Os homens cogitam, pensam,
E não alcançam Teu Ser,
Pois estás no amanhecer,
E na noite mais escura.
Tua ausência é tão segura
Quanto é segura a presença
Do Teu Ser, sem diferença.
Quantos buscarem por Ti,
Tantos Te verão ali,
Onde se ama e não se pensa...


Barueri, HP, 05 de julho de 2016












Obrigado, Senhor, pois








Obrigado, Senhor, pois
Livraste-me deste transe
Em que eu era como dois.
O olho chora e a testa franze
Ao prantear o tempo ido
Nesta vida, dividido...
Mas me livraste do transe!

Eu perseguia quimeras
No meu sono e na vigília.
Sem perceber que Tu eras
O céu, o mar e a ilha.
Te louvo de coração
Pelo fim desta paixão
Que prende, sufoca e humilha.

Pois, foi-se o arrebatamento;
Foi-se o império do delírio.
Da paixão nem sobrou vento
(E eu acendo um bento círio).
Na serenidade d’alma,
Desfruto da paz e calma
Que acompanham meu martírio...


Campinas, 12 de agosto de 2017













Senhor! És mais meu amigo








Senhor! És mais meu amigo
Do que eu o sou de mim mesmo.[1]
Corro sempre algum perigo...
Eu ando torto... ando a esmo...
Só Tu sabes p’ra onde vou...
Quem Teu amor já provou
Não dispensa o sacro desmo![2]

Me afastei de tanta graça,
Cobicei tanta tolice!
Não percebi a ameaça
De cada vã estultice.
Teus conselhos deitei fora...
Me diz: que faço eu agora
P’ra me curar da sandice?

Teu amor é bom e belo
E atua cá neste mundo.
É sublime e vero elo;
De todos, o mais profundo.
Tu me elevas para o céu
Quando mais me faço incréu,
Quando mais me faço imundo.

Sim! És o melhor amigo
De todas as criaturas.
Dás vida, dons... dás abrigo...
As remedeias e as curas...
Impossível Te louvar!
Uma gota de Teu mar
Torna as coisas todas puras...


Barueri, HP, 05 de julho de 2016


[1] Cf. 'Abdu'l-Bahá. Orações Bahá'ís, nº 10.
[2] Laço, ligação.













O Sol já se põe, mortiço









O Sol já se põe, mortiço,
Entre névoas de saudade.
A tarde perde o seu viço
E eu perco o viço da idade.
Minha noite também chega
E a esperança me aconchega
De viver a eternidade.

Aqui tudo nasce e morre,
Tudo passa, irremediável.
Uma certeza me ocorre;
A vida lá é infindável.
Pois tudo que aqui perece
Lá no alto céu bem merece
‘ma forma não terminável.

A noite vem, com seus medos
De abantesmas[1] e outros vultos.
As trevas têm seus enredos:
Sustos, perigos ocultos...
Mas eu vou p’ra Luz Eterna,
Escapo da vil caverna
Só amada por estultos.[2]

A noite para onde vou
Só é noite para os cegos.
O dia que aqui findou
É o dia vão dos egos;
Lá terei o perdão meu:
A clemência de Quem deu
Suas mãos e pés aos pregos.


Barueri, 15 de agosto de 2016
Para Alex Flávio Carmo Pereira


[1] Fantasmas, espectros.


[2] Tolos, insensatos.
















Nesta vida de percalços








Nesta vida de percalços
Tantos foram meus desterros!
Busquei tantos rumos falsos:
Fui coletando meus erros.
Tantas foram minhas mortes,
Tantos inimigos fortes,
Tantas vezes meus enterros...

A cada exílio que eu tinha
Para longe do Teu rosto,
Um frio muito grande vinha,
E os amargos do desgosto.
Percebia estar perdido,
Em ilusões consumido,
Fazendo do diabo o gosto.

Ah! mas me tinhas de volta,
Fugindo da escuridão!
Sentindo dentro a revolta
Por amar tanto a prisão.
A prisão dos maus desejos
(Tão graciosos seus cortejos!),
Peritos na sedução.

Assim, em montanha russa
Existencial vou vivendo...
“Ainda que a vaca tussa!”,
Juro mudar, mas vou sendo
Só um pecador redento
(Não acerto cem por cento),
Pondo n’alma outro remendo...


Barueri, HP, 20 de julho de 2016

















Ai, meu Deus! quantos pecados








Ai, meu Deus! quantos pecados
Me conduziram a Ti!
Corações despedaçados
Juntos ao meu, tantos vi.
E os fragmentos carmesins
Serviam aos mesmos fins:
Foi só então que entendi!

Um coração quebrantado
É o alimento do servo
Que vive a Ti dedicado.
Se olho ao redor, observo
Que o mundo foge da dor
Que em mim só desperta amor,
Que eu tanto busco e preservo.

Não fossem os meus pecados,
Donde viria a humildade?
Nos meus erros, dissecados,
É que busco a santidade...
A perfeição é só Tua,
E ante Ti minh’alma, nua,
Treme em busca de piedade.

Senhor! Meu livre-alvedrio
Toma de mim, não o quero!
Ele trouxe a dor e o frio:
Em lágrimas desespero...
Faz-me escravo do Te jugo!
Não terei melhor verdugo,
Mais amante e mais sincero.


Barueri, HP, 08 de agosto de 2016
















Meu coração sangrou








Meu coração sangrou umas tristezas
Que eu guardava secretas dentro em mim.
Penumbras, amargores, asperezas,
Pecados, erros, faltas sem ter fim.
A sangria serviu de penitência
Da multidão sombria, e da existência
Fez-me não mais ter tanto medo assim.

Ó meu Deus! Que tão grande este mistério!
Quando peco, Tu então és Redentor!
Do perdão tens o mando e todo o império,
Que são nada se eu não for pecador!
Que bom que minha dívida Contigo
É de quinhentos! Não corro o perigo
De não beijar Teus pés, ó meu Senhor![1]

O sol só nasce cada novo dia
Para brilhar melhor do que brilhou.
Sim! O dia escaldante e a noite fria
Se alternam nesta vida onde eu sou
Eu também inconstante e bem variado:
Mesclando a santidade ao vil pecado...
Haverá redenção aonde vou?

E já escuto a voz do Grande Ser:
      Sou Aquele que sempre te perdoa.
      Se Eu o quisesse, está em Meu poder
      Fechar do inferno as portas. E a quem doa
      A cruel desventura do pecado,
      Fazê-lo renascer, imaculado,

      Como um pássaro livre de erro voa.

      Porém, criei o arbítrio livre, pois
      Quis que teu salvador fosses tu mesmo.
      Sim! É quando tu erras e, depois,
      Tu sofres como um cão, jogado a esmo,
      Que o brilhante de tu’alma é lapidado,
      E és sabedor, na dor, que és perdoado.
      Sempre por Mim... Na dor, és por ti mesmo...


Meu coração transborda de alegria,
Pois compreendo que o esterco dá a flor...
Se Pedro não negasse, não seria
Mais santo que depois daquela dor.
      Possa ser o amanhã melhor do que este
      Dia tão passageiro que viveste.
Ah! Repouso sereno em Teu amor...



Barueri-Campinas, 13 de junho de 2015


[1] Vide Lucas 7:36-50.















E dias virão amenos








E dias virão amenos,
Ah! disso eu tenho certeza!
Não seria para menos:
A morte é grande represa.
Atrás dela se acumulam
As ações que aqui pululam:
Teremos grande surpresa!

Alguns, surpresa das boas;
Com mérito dilatado
Entre honrarias e loas,
Pois tomaram o bom lado.
Outros, porém, entrementes,
Em pranto e ranger de dentes
Chorarão seu triste fado.

Não é por falta de aviso
Que os homens seguem o mal.
Mas, sem vontade e sem siso,
Se afundam no lodaçal.
Tanto prazer dá o pecado
(Um prazer curto, enrolado):
Tem quase mando imperial.

Ah! mas quem, em sã consciência,
Trocaria o bem eterno
Pelo vil desta existência?
Pois o Senhor sempiterno
Perdoa quem se arrepende;
Mas não é certo... depende...
(Ou me corrijo, ou aderno).

Mas virão amenos dias,
E disso eu tenho certeza.
Vai-se ao céu por muitas vias,
E nisto está a beleza.
Deus não quer a perfeição
Para estender Sua mão
E nos tirar da vileza.

Sei que Deus ama o imperfeito;
Foi assim que nos criou.
Só Ele não tem defeito,
E o defeito, em nós, amou.
Pois só sendo incompletude
Pode brilhar a virtude
De quem fui e de quem sou.

Buscando o Caminho Reto,
Reservo bênçãos futuras.
Conhecendo o bom trajeto,
Evito mil amarguras.
O resto é trabalho duro,
De pó virando ouro puro...
Eis meu rumo predileto!

Amenos dias virão!
De regozijo e deleite.
As preces não são em vão
Se há um bom Deus que as aceite.
Tentei certo, fiz errado;
Mas certamente o pecado,
Com perdão, é puro enfeite.


Barueri, HP, 20 de julho de 2016





 











A quem muito é perdoado








A quem muito é perdoado,
Este é certo que mais ama.[1]
Tu me deste amor dobrado
Pois meu pecado reclama
Um grande perdão sagrado.
Ó! Se for do Teu agrado,
Transforma negrume em chama!

Como é grande o Teu mistério!
As flores nascem do esterco,
E é longe de um Monastério
Que em Ti me encontro e me perco.
Sem meus erros não sou nada,
Pois não cabe à carne odiada
Escapar do negro cerco.

Do negro cerco do mundo
Só a alma se alevanta;
A carne vai bem p’ro fundo,
Já a alma se agiganta!
Se fértil foi o pecado,
Ele é c’o corpo enterrado:
A alma vai pura e santa!
 
Muito obrigado, Senhor,
Por este verde que abana
Ao sopro do ar sem cor.
Que esta nossa vida insana
Cheia de quedas e medos
Ainda tem seus enredos
De amor que cura e irmana.
  
Muito obrigado, Senhor,
Pelo impossível azul!
Vai comigo aonde eu for:
Leste, Oeste, Norte e Sul.
O azul que sabe ser negro
Sem alívio nem refrego:
Mas que segue sendo azul...

Muito obrigado, Senhor,
Pela palheta de cores
Do astro-rei a se pôr;
Poentes cheios de cores:
Dourado, verde e vermelho...
As cores me dão conselho:
“Sê vário por onde fores...”

“Sê vário como o é a Terra,
“Com lume e escuridão,
“Pois esta ciranda encerra
“Os mistérios do perdão.
“Quem não tem falha ou defeito,
“A quem Deus já fez perfeito,
“Não é desta Terra, não.”

Montanha-russa de mim,
Com meus baixos, com meus altos.
No alto, sou serafim,
Mas regresso, aos sobressaltos,
Às baixezas da vileza,
E esqueço toda a pureza,
E vêm, do Mal, os assaltos.

Muito obrigado, Senhor,
Por que me deste e tiraste
Ou a ventura ou a dor;
Sempre dás o que nos baste.
Só te peço, em cada clima,
Que nos protejas de cima:
Nada de Ti nos afaste.


Barueri, HP, 26 de abril de 2017


[1] Vide Lucas 7:36-50.





 












Tu, que tens infinitos Nomes








Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê Tu, para mim, Tolerância!
Tu, que do meu peito não somes,
Apaga dele toda ânsia!
Sê Tu, para mim, Tolerância!

Tu, que tens Nomes infinitos,
Sê Tu, para mim, Paciência!
Não sejam, meus dias, aflitos...
De meus ais tens plena ciência.
Sê Tu, para mim, Paciência!

Tu, de infinitos Atributos,
Sê Tu, para mim, Piedade!
Salva-me dos desejos brutos!
Não permitas que eu me degrade!
Sê Tu, para mim, Piedade!

Tu que tens infinitos Graus,
Sê Tu, para mim, todo Dó!
Tira de mim anseios maus,
Que eu almeje a Ti, tão só.
Sê Tu, para mim, todo Dó!

Tu, que tens Títulos infindos,
Sê Tu, para mim, bom Indulto!
Esteja eu entre os bem-vindos,
Sem falta ou pecado insepulto.
Sê Tu, para mim, bom Indulto!

Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê Tu, para mim, Complacência!
Feliz de quem Tu a mão tomes!
A quem Tu concedes ciência.
Sê Tu, para mim, Complacência!

Tu, que tens Nomes infinitos,
Sê-me, Tu, Compadecimento!
Felizes os por Ti benditos,
Que desfrutam de Teu alento.
Sê-me, Tu, Compadecimento!


Tu, de infinitos Atributos,
Sê, para mim, Benignidade!
Releva meus dons diminutos,
Contempla só o que Te agrade.
Sê, para mim, Benignidade!

Tu, que tens infinitos Graus,
Sê, para mim, Apiedamento!
Que eu possa subir Teus degraus;
Que eu possa alcançar meu intento...
Sê, para mim, Apiedamento!

Tu, que tens Títulos infindos,
Sê, para mim, Absolvição!
Teus anjos bons, do céu provindos
Me levem a Ti pela mão...
Sê, para mim, Absolvição!

Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê, para mim, só Brandura!
Feliz a alma em que Te assomas;
Ela se torna santa e pura.
Sê, para mim, só Brandura!

Tu, que tens Nomes infinitos,
Sê-me, Tu, Comiseração!
Meus dias vão tristes, aflitos;
Eu choro e sofro em solidão.
Sê-me, Tu, Comiseração!

Tu, de infinitos Atributos,
Sê Tu, para mim, só Bondade!
Faze vir, do espírito, os frutos;
Impede que eu Te desagrade.
Sê Tu, para mim, só Bondade!

Tu, que tens infinitos Graus,
Sê Tu, para mim, grande Pena!
Foram-se, perdidas, as naus...
A esperança já não me acena...
Sê Tu, para mim, grande Pena!

Tu, que tens Títulos infinitos,
Sê, para mim, pura Clemência!
Pelos Profetas de Ti vindos,
Que manifestam Tua Essência,
Sê, para mim, pura Clemência!

Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê Tu, para mim, Compaixão!
Se, por mim, o fruto Tu comes,
Do Éden não há expulsão.
Sê Tu, para mim, Compaixão!

Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê, para mim, Condescendência!
Desgasta, com a pedra pomes
Da dor, este ego de aparência...
Sê, para mim, Condescendência!

Tu, que tens Nomes infinitos,
Sê, para mim, Exculpação!
Eu Te clamo aos brados e gritos...
Eu Te busco na desrazão...
Sê, para mim, Exculpação!

Tu, de infinitos Atributos,
Sê Tu, para mim, Anistia!
Torna meus passos resolutos
Por Tua reta e estreita via...
Sê Tu, para mim, Anistia!

Tu, que tens infinitos Graus,
Sê, para mim, Relevamento!
No assombro de muitos luaus,
Dá-me sentir deslumbramento.
Sê, para mim, Relevamento!

Tu, que tens Títulos infindos,
Sê Tu, para mim, Indulgência!
Contemplo, já, Teus anjos lindos
A circum-ambular Tua Essência.
Sê Tu, para mim, Indulgência!

Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê Tu, para mim, só Mercê!
Tantos foram, de grãos renomes,
Que já ninguém lembra ou vê...
Sê Tu, para mim, só Mercê!

Tu, que tens Nomes infinitos,
Sê, para mim, Relevação!
Vês nossos corações, contritos;
Resgata-nos! Dá-nos Tua mão!
Sê, para mim, Relevação!

Tu, de infinitos Atributos,
Sê Tu, para mim, plena Vênia!
Minha tristeza é de mil lutos:
Mortes na Síria, Iêmen, Quênia...
Sê Tu, para mim, plena Vênia!

Tu, que tens infinitos Graus,
Sê Tu, para mim, só Desculpa!
Tem-me entre os bons, não entre os maus;
Olvide eu, no Lete, mi’a culpa...
Sê Tu, para mim, só Desculpa!

Tu, que tens Títulos infindos,
Sê Tu, para mim, Remissão!
Sejam os erros, todos, findos:
Sem deles nem lembrança, não.
Sê Tu, para mim, Remissão!

Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê Tu, para mim, Anistia!
Por mais que nossas almas domes,
Temos pendor p’ra rebeldia...
Sê Tu, para mim, Anistia!

Tu, que tens Nomes infinitos,
Sê Tu, para mim, plena Graça!
Esquece dos meus delitos!
Que da pureza eu renasça...
Sê Tu, para mim, plena Graça!

Tu, de infinitos Atributos,
Sê, para mim, Amerceamento!
Teus indultos são absolutos!
Redimem qualquer sofrimento...
Sê, para mim, Amerceamento!

Tu, que tens infinitos Graus,
Sê-me Tu, Inocentação!
Alegre como os berimbaus,
Possa eu vibrar na Tua mão...
Sê-me Tu, Inocentação!

Tu, que tens Títulos infindos,
Sê Tu, para mim, bom Perdão!
Habite eu os jardins lindos
Dos que alcançaram redenção!
Sê Tu, para mim, bom Perdão!

Tu, que tens infinitos Nomes,
Sê, para mim, Expiação!
Os meus castigos, não retomes!
Sei que sou só escuridão...
Sê, para mim, Expiação!

Tu, que tens Nomes infinitos,
Sê, para mim, Misericórdia!
Sê Tu brando em Teus vereditos:
Junta-me ao povo da concórdia!
Sê, para mim, Misericórdia!

Tu, de infinitos Atributos,
Sê, para mim, Consolação!
Não tenha eu pesados lutos,
Por morto estar meu coração.
Sê, para mim, Consolação!

Tu, que tens infinitos Graus,
Sê Tu, para mim, só Amor!
Lá: Teu mar, areia e calhaus;
Paraíso para quem for...
Oh! Apaga meus lados maus!
Sê Tu, para mim, só Amor!


Campinas, 06 de janeiro de 2017


[1] Mitológico rio no Hades, cujas águas ofereciam o esquecimento àqueles que delas sorviam .





 












Na chuva tudo se aquieta







Na chuva tudo se aquieta.
Ladrões não saem de casa,
E a paz pluvial completa
Chove, goteja, extravasa;
Pois os cachorros não latem,
Os pedintes já não batem,
E até a morte se atrasa.

Dias chuvosos são bênção;
São perfeitos para a alma.
Constroem com perfeição
Recantos de enlevo e calma.
Deus me dê dias molhados,
Dos que lavam meus pecados...
Ai! não me acorre vivalma...


17 de agosto de 2018
Santiago do Chile, templo bahá’í





 












Lavarei as mãos sem fim








Lavarei as mãos sem fim,
Tal qual a esposa do Lorde. [1]
Há tanto pecado em mim
Que acredito ser recorde.
Como Pilatos, também,
Quero isentar-me, porém
A culpa me alcança e morde.

Uma ablução infinita
Ainda não bastaria.
O erro em mim regurgita,
Minh’alma se põe tão fria...
Vejo que estou longe e choro,
Sei-me pecador e coro;
Meu Deus, que vida sombria!

E, mesmo assim, eu Te amo!
E talvez Te ame mais
Pois cada erro que tramo
Não ganha penas brutais,
Mas Teu perdão generoso;
E assim redimido, eu ouso
Ter esp’ranças de cristais.


Campinas, 31 de outubro de 2018


[1] Lady Macbeth.





 











Revisito meus pecados








Revisito meus pecados
Para implorar Teu perdão.
Há pouco ou muito passados,
Uns buscados, outros não.
Como dói ser quem eu sou!
Na vida não me calhou
A água, o vinho e o pão.

Relembro os erros e choro
Pelo que antes eu sorria.
Então oro e oro e oro:
Tira-me, Deus, desta via.
Eu fiz o mal que eu não quis,
E o bem que eu quis eu não fiz...
(O demônio em mim bulia.)

Acorrentei-o, talvez,
Ou Tu que o acorrentaste.
Se foste Tu quem o fez,
Por que tanto demoraste?
Se fui eu que o consegui,
Como é que ‘inda o vejo ali?
(Não há perdão que me baste...)

Revisito meus pecados,
E já não parecem meus;
Com outrem foram trocados:
Uma pirraça de Deus...
Deveras não sou mais eu:
O eu que eu era morreu,
E os pecados que eram seus.

Revisito meus pecados,
E em vez de chorar por eles,
Vejo-os mortos, ceifados,
E eu muito distante deles.
Mas o Ente Mau sussurra,
Resmunga, grita, esmurra...
Não deixa eu livrar-me d’Ele.


Campinas, 20 de julho de 2019





 











Neste mundo sempre falta








Neste mundo sempre falta
O que nos cure a ilusão;
Minha pressão ficou alta
(Morrerei do coração?).

A dor do mundo me fere,
Lágrimas vêm de roldão.
Não há males que os numere
(Morrerei do coração?).

Errei tanto e pequei tanto,
Não me esqueço disso, não.
Daí meu imenso pranto!
(Morrerei do coração?)

Meu coração quebrantado
Não é quebrantado em vão.
Sei que não é rejeitado![2]
(Salva, Deus, meu coração!)


Campinas 22 de julho de 2019





 











Quando me afasto de Ti








Quando me afasto de Ti
Bem sei que me alcança a morte.
A cada erro senti
Que bem quisera outra sorte.
Quisera não mais errar,
Ser bem mais leve que o ar,
Ter a honra por consorte.

Ressuscitei muita vez,
Mas sempre morri de novo,
Para viver outra vez...
Eis a sina em que me movo.
Não consigo ser constante,
Só para o alto ir adiante...
E me nublo, e vento, e chovo...

Ah! Tu me deste o pecado
Para eu Te implorar perdão.
Não sou sepulcro caiado,[3]
Revelo mi’a condição:
Um morto que anseia a vida,
Em cada falta remida,
Revive o meu coração.


Campinas, 23 de julho de 2019





 











As tantas vezes que errei








As tantas vezes que errei
Só me acercaram a Ti.
Quando, sem norte e sem lei,
Em cada erro caí,
Lá estava Tua mão gentil,
Sobre mi’a fronte febril,
Me retirando dali.

Me levavas do erro ao bem
E ali eu era feliz.
Mas o bem que me convém
Eu cedo ou tarde desfiz;
Ai! e afundava outra vez!
Ai! Chora, tu que me lês,
Mi’as pobres noites febris.

Mas sempre caí p’ro alto:
Teu perdão me redimia.
Se Satã me vem de assalto,
Teu perdão já o bania.
Oh! De erro em erro em erro
Me livraste do desterro,
Me firmaste em Tua guia.


Campinas, 25 de julho de 2019





 












Se eu não pecasse, Senhor








Se eu não pecasse, ó Senhor,
Eu não Te conheceria.
O ódio revela o amor;
O sol quente, a noite fria.
Sei que és puro, pois não sou;
És alto, pois baixo estou;
Te elevavas e eu caía...


Se eu não pecasse, meu Deus,
Não me sabia Teu servo.
Contemplando os erros meus,
Choro, lamento e me enervo.
Sim! o olhar do Teu perdão
Me ergue do pó do chão,
E Tua grandeza observo.


Se eu não pecasse, ó Senhor,
Seria arrogante e vil.
Não veria o Teu amor,
Nem Tua graça gentil.
Ser pequeno Te faz grande;
Peco e Teu amor se expande...
Teu amor: doce e sutil.


Campinas, 25 de julho de 2019





 











Já nasci tantas vezes








Já nasci tantas vezes
Que cansei de renascer.
Todos os dias e meses,
Renasço e volto a morrer.
Renascer me cansa tanto,
Pois me bate o desencanto
De voltar a falecer.

Não quero morrer de novo,
Já usei demais a morte.
Olho com ternura o povo,
Pois gozam da mesma sorte.
Todos morrem e renascem
Enquanto seguem e pascem
Buscando prazer e sorte.

Morro se de Ti me afasto;
Renasço na contrição.
Mas meu remorso está gasto
De usança e alucinação.
Mas volto a Ti e a alma voa:
És O que sempre perdoa!
(Não deixes que eu morra em vão!)


Campinas, 26 de julho de 2019





 











Não há santo sem passado








“Não há santo sem passado
“Nem pecador sem futuro.”
Já afirmou, acertado,
Santo Agostinho, o puro.
Puro depois de o não ser;
Só assim pôde aprender
A lição de bom auguro.

Ó Mestre![4] Tu que foste santo
Sem ter antes ou depois,
Que era, na vida, um encanto,
E o Mistério doutros Dois.[5]
Deixa que meus erros, tantos,
Se lavem com meus prantos,
E sejam passados, pois.

Que o erro seja o degrau
P’ra subir ao céu bendito.
Certo tenho escada tal
(Que aqui para mim cogito)
Já chegar ao céu supremo,
Onde já não há o Demo,
Onde sou feliz, contrito.


Campinas, 17 de agosto de 2019





 












Senhor, sou pior que nada








Senhor, sou pior que nada,
Pois o nada não transgride.
Sinto no peito a pontada
Da tristeza que me agride.
Quem era eu quando errei?
Por que transgredi a Lei?
Será que o mal me preside?

Obrigado! que eu sou outro
A cada dia que passa.
Eu mudo, e é sempre noutro
Eu que eu busco Tua graça.
Quem eu sou desaparece
Sempre que o dia amanhece;
Quem eu sou se despedaça.

E eis-me, ressuscitado,
Pronto p’ro erro e o acerto;
De um pecado, perdoado,
E outros mil em concerto.
Morro em mim, renasço em Ti.
Sei, de tudo que senti,
Que em mim só há desacerto.


Guadalajara – Campinas, 12 de setembro de 2019





 











Recorro a Ti por perdão








Recorro a Ti por perdão,
Do mesmo jeito que ontem.
Sei que outros tantos virão
Sem que nem anjos os contem.
São só entre mim e Ti.
E sei que me redimi
Mesmo que outros me confrontem.

És O que sempre perdoa!
Tu me tratas como um pai
Corrige a criança boa,
Mas buliçosa, que vai
Aos tropeços e imatura,
Que se educa com candura,
Com o perdão que abençoa.

Por conhecer Tua face,
Pequei e me arrependi.
Que todo pecado passe
Sempre que busco por Ti!
E, como a respiração,
O pecado e o perdão são
A vida, se não morri.


Campinas, 13 de setembro de 2019





 










Nunca deixei meus pecados








Nunca deixei meus pecados
Me afastarem do Teu trono.
Nunca fui dos exilados
Que escolheram o abandono.
Preferi Te temer de perto
Do que julgar que estava certo
Enquanto imerso no sono.

O sono da iniquidade
Parece que tira a dor
Que nos cobra a realidade
Do erro e o seu dissabor.
Mas sempre preferi meus ais
Pelas trilhas aonde vais;
Só eu meu acusador.

Preferi muito gemer,
Queimando em meu fogo interno,
Do que rir e me perder
No frio do retiro eterno.
Preferi tremer e estar perto,
Do que a paz longínqua que, certo,
Conduz direto ao inferno.


Campinas, 13 de setembro de 2019





 










Inda que eu chore um dilúvio








Inda que eu chore um dilúvio,
Não lavarei meus pecados.
Cá estarão os eflúvios
Repletos de erros boiados.
Quem pode apagar o ido,
Fosse ele bom ou sofrido?
Vivem p’ra sempre os passados.

Se pudesse, refazia
A vida por mim vivida.
Talvez esta angústia fria
Não entrava em minha vida.
Por que o remorso vem tarde?
Por que o erro queima e arde?
Por que a alma é bandida?

Quem não cuidou nada antes,
Precisa cuidar depois.
Quem foi por trilhas errantes,
Errou o caminho, pois.
Quem muito errou no passado
Quer futuro repensado;
Senão se perdem os dois.


Campinas, 12 de outubro de 2019





 










Acho que o Atlântico é meu








Acho que o Atlântico é meu,
Preenchido do meu pranto.
Também me pertence o breu
Do qual fugiu cada santo.
No negrume dos meus ais
Há sempre mais dores, mais,
E eu padeço muito e tanto.

Não deve haver mais estrelas
Que os suspiros que eu emito.
As luzes, vamos perdê-las,
Mas meu pranto é infinito.
Choro desde que há o mundo,
Enregelado no fundo
De um Hades negro e desdito.

Mas a esperança rebrilha!
Eu sei do Teu grande amor!
Um coração que se humilha
Há de apartar-se da dor.
Teu perdão é infinito
Contra as sanhas do Maldito,
E o vence, qual o que for.


Campinas, 27 de outubro de 2019





 










Uma esperança tristonha








Uma esperança tristonha
Sussurra em meu coração;
Uma esperança que sonha
Ser digna do Teu perdão.
Sem isso, o ser não é nada,
O existir, fruta bichada,
A alma, um triste bufão.

Uma saudade dorida
Me encobre agora a visão:
Meus outros tempos da vida,
As casas, o céu, o chão...
Ah! saudade da inocência,
De Berto Círio, a querência;
De Anita, Borges e o cão.

A bondade vagarosa
Demorou tanto a crescer!
Como lenta e pobre rosa,
Foi florir no anoitecer.
Por isso, choro e espero,
E hoje só a Ti eu quero,
Sem saber o que vai ser.


Campinas, 27 de outubro de 2019





 












[1] Lady Macbeth.
[2] Salmos 51:17 — “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.”
[3] Mateus 23:27 — “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.”
[4] ‘Abdu’l-Bahá (1844-1921), filho mais velho e sucessor nomeado de Bahá’u’lláh.
[5] O Báb e Bahá’u’lláh.


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